terça-feira, 10 de junho de 2014
Nem mais uma vírgula
Nem mais uma vírgula
Meu coração é meu presídio, minha cela;
havia de frente pro mundo uma janela;
ficava escondida, bem no canto,
foi cimentada e pintada com aquarela...
Com misto de cimento,
pigmentos,
areia
e meus prantos.
Não existem mais paisagens, só grades.
Ainda que eu grite pedindo ajuda,
não seria honesto.
Um simples gesto de euforia,
não valeria o mesmo.
E se eu escrever um belo poema,
que fale de rosas e saudades?
- Seria mais uma lágrima,
nos olhos dos enamorados;
Um unicórnio
ou um ser alado,
nos tantos sonhos.
E se eu me entregar por inteiro,
ficar nu
e rasgar dinheiro,
me largar na rua?
Nem seria notado.
Pois sou desarmado de inspiração,
sou um mal amado sem coração.
Tenho a candura que não vale a guerra,
tenho a emoção que já caiu por terra.
Mas sem compromisso, no fogo coloco a mão.
Tenho tudo escrito acima,
nem mais uma vírgula,
um ponto final então.
André Anlub®
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